domingo, 27 de abril de 2008

Tempo de um Pesadelo


Na madrugada de 26 de Abril de 1986, o reactor nuclear número quatro de Chernobyl explodiu, libertando duzentas vezes a radioactividade das bombas de Hiroxima e Nagasáqui, provocando a morte de mais de sete mil pessoas.
Dados científicos, demonstram que mais de quinhentas mil pessoas foram afectadas pela radioactividade, o que provocou uma mudança no seu ADN.

Análises a crianças que nasceram após a explosão do reactor de Chernobyl, descendentes das pessoas que limparam o reactor da central nuclear russa, bem como os sobreviventes da explosão, registam um elevado número de mutações genéticas.
Além das perdas humanas, a radioactividade contaminou os solos e águas de cento e trinta e sete mil quilómetros quadrados de território ucraniano, Bielo-Rússia e Rússia. Chernobyl inutilizou ainda cento e catorze mil hectares de terra, quatrocentos e noventa e dois mil hectares de floresta, forçando meio milhão de pessoas a abandonarem as suas habitações.
Após uma década da explosão, a central nuclear de Chernobyl continua em actividade, pese embora o número de pessoas que ficaram sem vida ou mesmo com ela “traçada”. Em contrapartida, para redimir a situação e “homenagear” todos aqueles que perderam a vida na explosão, foi construído um sarcófago de betão em torno do reactor acidentado, para evitar que tal acontecimento se dê novamente. Porém, o sarcófago de betão que foi construído para atenuar o problema, pouco tempo após a sua construção começou a ceder, ameaçando os poucos habitantes que foram fiéis à sua cidade, de uma nova explosão radioactiva.

Testemunhos de sobreviventes, como o senhor Yuriy, o bielorruso, atenuam a situação em que vivem actualmente após uma década da explosão: “ Eu tenho catorze doenças diferentes. Chernobyl deixou-me inválido… Mas o pior é que um dia acordamos e vemos que não temos nada, nem pátria, nem casa, nem alma…!”

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Acidente de Chernobyl



Há 19 anos atrás, o reactor número quatro da antiga central nuclear de Chernobyl, Ucrânia, explodiu, provocando o maior desastre nuclear jamais visto.
O acidente provocou a morte de sete mil pessoas e libertou uma radiação duzentas vezes superior à das bombas atómicas de Hiroshima e Nagasáqui. Dados apontados por cientistas, demonstram que mais de 500 mil pessoas nas próximas gerações possam continuar afectadas.
Cientistas israelitas e ucranianos comprovam que pequenas doses de radiações poderiam provocar mudanças no ADN humano e passar para as gerações futuras.
Análises a crianças que nasceram após a explosão do reactor de Chernobyl - descendentes das pessoas que limparam o reactor da central nuclear russa - registam um elevado aumento de mutações.
Além das perdas humanas, a radioactividade de Chernobyl, contaminou os solos e águas de 137 mil km2 de território ucraniano, Bielo-Rússia e Rússia. Chernobyl inutilizou ainda 114 mil hectares de terra, 492 mil hectares de floresta, forçando 400 mil pessoas a abandonarem as suas habitações.

Efeitos das Radiações




Os efeitos da radioactividade nos seres vivos manifestam-se a dois níveis:










  • Nível somático, cuja expressão máxima é a morte.
  • Nível genético, responsável pelo aumento de mutações cromossómicas, podendo originar modificações genéticas nas gerações posteriores.


Os efeitos da radiação dependem:


  • Da quantidade de radiação assimilada;

  • Da natureza da reacção;

  • Do tempo de vida do núcleo;

  • Dos órgãos onde está acumulada.

Tal como variam os efeitos dos vários tipos de radiação, também variam a sua capacidade de penetração nos tecidos.
Os neutrões e os raios gama são os que podem alcançar o interior do nosso corpo e são justamente esses dois tipos de radiações que se libertam em explosões nucleares ou em caso de acidente nos reactores.

Quando uma reacção incide num tecido biológico, altera as características químicas das moléculas destes tecidos, formando-se radicais intracelulares que:


  • Matam a célula: o organismo elimina e substitui as células mortas.

  • Originam divisões não controláveis: geralmente formam-se tumores malignos.


Por estas razões são muito perigosas as consequências das explosões nucleares. O pó radioactivo extremamente fino introduz-se com facilidade nos nossos corpos e aí se acumula.











Energia Nuclear / Impacto Ambiental



A energia nuclear consiste no uso controlado de reacções nucleares para obtenção de energia para realizar calor, movimento e electricidade.
Existem duas formas de aproveitar a energia nuclear para converter em calor: a fissão nuclear, onde o núcleo atómico se subdivide em duas ou mais partículas e a cisão/fusão nuclear em que dois núcleos se unem para formar um novo núcleo.
A fissão nuclear é a principal aplicação civil da energia nuclear. Este tipo de aplicação é principalmente usado em países como França, EUA, Alemanha, Brasil, Suécia, Espanha, China, Coreia do Norte, Paquistão, Índia, entre outros.
A energia nuclear permite usar os combustíveis fósseis de uma maneira menos intensiva, não lançando na atmosfera gases tóxicos e não provocando o efeito de estufa.

Desde a descoberta da radioactividade, que cientistas se preocupam evitar cada vez mais acidentes ou prejuízos para a saúde, o que ocorre com alguma frequência nas fases iniciais das investigações.
A população tem plena consciência do perigo que podem representar as radiações radioactivas, mas muita pouca gente sabe que a exposição à radiação é absolutamente natural, que faz parte do nosso quotidiano, e que existem mecanismos de defesa naturais que o nosso sistema imunitário possui, mas que também têm limites.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Acerca das Centrais Nucleares


As centrais nucleares têm tanto um uso militar como civil.A civilização sistematizada das energias nucleares propiciou o aparecimento de grandes quantidades de resíduos tóxicos. Estes resíduos têm uma longa vida e, por esta razão devem ser encerrados e enterrados convenientemente para evitar a contaminação radioactiva do meio.
Uma central nuclear é uma instalação industrial empregada para produzir electricidade a partir de energia nuclear (que se caracteriza pelo uso de materiais radioactivos que através de reacções nucleares produzem calor.
As centrais nucleares apresentam um ou mais reactores (compartimentos impermeáveis a radiação), em que no interior estão colocadas barras e outras configurações geométricas de minerais de elementos radioactivos (em geral urânio).
As instalações nucleares são construções muito complexas devido ao elevado grau de segurança que é adoptado. As reacções nucleares, pelas suas características, são altamente perigosas. A perda de controlo durante o processo pode elevar a temperatura a um valor que leve à fusão do reactor, podendo ou não ocorrer o vazamento de radiações nocivas para o exterior, comprometendo a saúde dos seres vivos.

A Catástrofe de Chernobyl

Testemunhos Reais

Volodymir Ivonovich (Bombeiro)

R- "Recuemos no tempo, vinte anos no relógio da História.
Conhecendo de antemão a tragedia que teve início naquele dia 26 de Abril, estaria disposto a acorrer de novo a Cernobyl?"

VI- " Voltaria, sim. Eu era bombeiro, era minha missão proteger as pessoas, as crianças do meu país. Os idosos. Sim, subiria de novo àquele camião."

Explica o sucedido...

VI- "Não conseguíamos ver o fogo, só ouvíamos o barulho. Sabíamos o que se estava a passar, o reactor nº 4 estava a arder."


Relativamente aos seis bombeiros que morrerem, explica...

VI- "Eles estavam no topo de tudo, olhando directamente para o reactor. Começaram a desfalecer muito rapidamente.
Não levávamos protecção, como se de fosse um incêndio normal.
Olhávamos uns para os outros, convencidos de que ninguém sairia dali vivo."

Volodymir partilha-nos também algumas das suas passagens relativamente ás consequências a nivel de saúde.

VI- "A primeira noite no hospital sonhei com um idoso que me dizia que tinha de ir à igreja. Fiz-lhe a promessa. Na terceira operação, o meu coração quase parou. Senti que estava num átrio e que Jesus me dizia: tens uma promessa para cumprir. Apoiou a sua mão na minha e regressei à vida."



Vladimir Kazimirovich (um dos contaminados de "1ª categoria" e engenheiro da central)

VK- "Os reactores eram feitos em Moscovo e éramos nós que os montávamos em Cernobyl. Nunca nos apercebemos do perigo. Mas o asfalto mudava de cor no Outono e na Primavera. Agora pensamos que havia figas."

No dia 26 de Abril Vladimir conta-nos que...

VK- "...estávamos todos a dormir. De manhã, o alvoroço corria por toda a cidade. Cheguei à varanda e consegui ver as chamas, o fumo, os helicópteros. Ninguém nos avisou, as crianças continuavam a brincar nas ruas. Ninguém nos disse para nos fecharmos em casa. Decidimos fugir para Kiev, mas foi impossível. Imensa gente a gritar, a estação em colapso..."

VK- "Disseram-nos que íamos três dias para um parque de campismo e ainda não voltamos."

Já em Kiev, a família de Vladimir viaja para a Crimeira...

"... para um sanatório. As pessoas tinham medo de nós, diziam que nos deviam isolar para que não os pudessemos contagiar.
Protegiamo-nos com chapas de chumbo contra a radioactividade. Era uma loucura, apanhávamos areia do rio e carregávamo-la em panos de pára-quedas para que os helicópteros as depositassem sobre o reactor...Não, ali não havia cobardes, os cobardes fugiram."


Yuriy Dimitrovich (trabalhador de uma fabrica localizada a poucos quilómetros da central)

YD- "Trabalhamos durante dois anos, evitamos estragos maiores, inclusive que a grande contaminação chegasse ao rio. Todo o povo soviético ajudou a 'liquidar'"

R- "Em que é que a tragédia de Chernobyl mudou a sua vida?"


YD- " Perdemos toda a vida. Eu tenho 14 doenças diferentes. Chernobyl deixou-me inválido... Mas o pior é que um dia acordamos e vemos que não temos nada: nem pátria, nem casa, nem alma."